Doenças Virais (refugagem) em Frangos de Corte



Nas duas últimas décadas observou-se um grande número de publicações que contribuíram  para o conhecimento sobre as doenças do trato gastrointestinal das aves comerciais (BARNES, 1997).  Porém, estudos no Brasil relacionados a este tema são até o momento raros, principalmente quando a etiologia está associada aos vírus. 
Desuniformidade
Doenças infecciosas que afetam o trato digestivo de aves comerciais são importantes tanto pelas perdas econômicas que estas causam quanto pela afecção de outros sistemas das aves, o que, somado, leva à diminuição da produtividade. Doenças do trato digestivo diminuem o valor do lote pela redução do crescimento, alteração da conversão alimentar, desuniformidade do lote, aumento da susceptibilidade a doenças, aparecimento de outras doenças e elevação dos custos de medicação. Em geral, o comprometimento do trato digestivo leva a lesões irreversíveis após a recuperação clínica com o aparecimento de aves com nanismo e raquitismo (BARNES, 1997).
Uma grande variedade de agentes pode afetar o trato gastrointestinal das aves, entre estes os vírus, bactérias e parasitas (PORTER, 1998). Os vírus estão comumente envolvidos na maioria das infecções com grande impacto à saúde da ave e interferindo significativamente no desempenho do lote. Estes incluem os rotavirus, coronavírus, enterovírus, adenovírus, astrovírus e reovírus (GUY, 1998).
Alimento mal digerido
Diagnósticos tecnológicos vem nos ajudando como: Reverse Transcriptase/Polymerase Chain Reaction (RT/PCR), Polymerase Chain Reaction (PCR), que associados as técnicas já consagradas como o isolamento em células, inoculação em ovos embrionados ou aves SPF, exame direto por Microscopia eletrônica e técnica de imunoflouorescência estão sendo utilizados em laboratórios para a detecção  dos  vírus entéricos (SAIF, 2003). 
Intestino fino com diminuição da área de absorção

Vilosidades desuniformes após infecção
As infecções gastrointestinais causadas por vírus são responsáveis pelo desenvolvimento de grande número de doenças secundárias intestinais e extra intestinais. Os vírus podem induzir alterações da mucosa intestinal, tornando-a porta de entrada para outros patógenos potenciais como Escherichia coli, Salmonella spp., Clostridium perfringens e outros. Assim como, ter como conseqüência o desenvolvimento de deficiências nutricionais, especialmente aquelas relacionadas com vitaminas lipossolúveis e minerais. Quadros de osteoporose e outras anormalidades esqueléticas são freqüentemente encontradas em frangos de corte jovens que desenvolvem doenças entéricas. O desenvolvimento de deficiências nutricionais, como resultado destas infecções, também podem comprometer a ontogenia de órgãos linfóides primários. Tais danos podem levar a deficiências imunológicas, tornando as aves susceptíveis a doenças (GUY, 1998).




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